David Bowie (1947-2016) foi um músico, um compositor, um ator e uma verdadeira lenda. Mas sabia que ele também era um ávido colecionador de arte? Durante toda a sua vida, rodeou-se de objetos inspiradores, reunindo uma extensa coleção de peças maravilhosas e especiais que deixam qualquer um de boca aberta - uma vez até disse que o seu amor pela arte era um vício. Após a sua morte, em 2016, a sua extensa coleção de mais de 400 obras foi leiloada por um preço de venda total de 41 milhões de euros - uns incríveis 23 milhões de euros acima da estimativa. Mas que artistas e que estilos colecionava ele? Continue a ler para dar uma espreitadela na coleção pessoal de arte de David Bowie.
Artistas britânicos
Uma grande parte da coleção de Bowie era dedicada à arte britânica. Ele colecionou alguns dos artistas mais importantes do século XX, incluindo Damien Hirst, Henry Moore, Graham Sutherland e Frank Auerbach. Referindo-se a Damien Hirst, Bowie disse uma vez: “Eu acho que o seu trabalho é extremamente emocional, subjetivo, muito ligado aos seus próprios medos pessoais - o seu medo da morte é muito forte - e considero que as suas peças são tocantes e nada superficiais.” Sendo alguém que esteve sempre muito interessado no seu próprio passado e cultura, não é de admirar que tenha colecionado obras das suas raízes britânicas.
- David Bowie com Damien Hirst na Galeria Gagosian em 1995
- Fonte da imagem: The David Bowie Archive
Arte marginal
Bowie não colecionou apenas arte britânica, também estava interessado em vários outros estilos. O que é mais impressionante é que a maioria dos movimentos artísticos que ele colecionou estavam associados a estilos e artistas não convencionais, como a arte marginal, surrealismo e os artistas de Gugging - um grupo de pacientes psiquiátricos que fez trabalhos terapêuticos. Um dos destaques da coleção do músico era a obra “Air Power”, uma peça impressionante de um rebelde do mundo da arte, o pintor de graffitis Jean-Michel Basquiat, que foi vendida por 8,2 milhões de euros em 2016. Bowie comprou o quadro em 1995 e disse uma vez do artista: “Consigo sentir exatamente o momento em que o seu pincel ou lápis tocou a tela... O seu trabalho está relacionado com o rock de uma forma que muito poucos outros artistas visuais conseguiram fazer.”
- A obra “Air Power” de Jean-Michel Basquiat foi vendida por 8,2 milhões de euros em 2016 - este foi o quadro mais caro da coleção de David Bowie
- Fonte da imagem: The Telegraph
Peças de design e muito mais
Esta superstar não estava apenas interessada em arte, também tinha um interesse especial por design, tendo colecionado algumas das mais impressionantes peças de mobiliário. Ele era fã dos trabalhos que se assemelham a esculturas do Memphis Group, um grupo de designers que trabalhou nos anos 80 para quebrar a tradição dos designs mais tradicionais, com as suas peças ecléticas, futuristas e coloridas. E uma das peças mais surpreendentes da sua coleção parece estar completamente fora de contexto: um retábulo de Tintoretto. Esta obra-prima do fim do período renascentista foi produzida em 1570 e não existe nenhuma razão óbvia para Bowie ter colecionado esta peça em particular. A obra foi vendida em leilão por cerca de 220 000 € e está atualmente emprestada à Casa de Rubens em Antuérpia, Bélgica.
- Uma das mais surpreendentes, e talvez descontextualizadas, peças da coleção de Bowie era um retábulo de Tintoretto
- Fonte da imagem: Rubens House
A coleção de Bowie é extremamente diversificada. Então, como é que ele reuniu a sua coleção? Acima de tudo, seguindo o seu instinto e a sua paixão. Ele conhecia muitos artistas e comprou maioritariamente obras daqueles com quem sentiu uma ligação pessoal. O resultado final foi uma coleção que foi um verdadeiro reflexo da personalidade do próprio Bowie: eclético, inquisitivo, sonoro e criativo.
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