Maya Alabastro Vaso cilíndrico com relevos figurativos. 600 - 900 d.C. Diâmetro de 12 cm. Licença de exportação






Dirigiu o Museu da Coleção Ifergan, especializado em arqueologia fenícia.
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Vasilha cilíndrica maia com relevos figurativos, Tecali alabastre, 600–900 d.C., diâmetro 12 cm, altura 9,5 cm, em bom estado com fissura vertical e restauração, licença de exportação espanhola incluída.
Descrição fornecida pelo vendedor
Recipiente cilíndrico com relevos figurativos.
Maia, Período Clássico, 600 - 900 d.C.
MATERIAL: alabastro (pedra thecali).
DIMENSÕES: Diâmetro 12 cm. Altura 9,5 cm.
PROVENANCE
- Coleção de antiguidades Le Corneur, França. Rémy Audoin, 1967.
Arts des Amériques Gallery, cerca de 1980.
- Coleção de Michel Vinaver, escritor e dramaturgo francês (Paris, 1927-2022).
- Aos seus filhos, Anouk, Barbara, Delphine e Ivan Vinaver, 2022.
mercado de arte francês
CONDIÇÃO: Em bom estado, apresenta uma rachadura vertical de um lado até a metade da base. Possui dois buracos paralelos à rachadura, sinal de uma restauração antiga da época. Internamente, vestígios de policromia e estuque estão preservados nas áreas mais translúcidas da peça.
DESCRIÇÃO:
Vaso cilíndrico com paredes e base levemente curvas, boca reta e estreita, sem lábio. Apresenta dois pares de orifícios paralelos ao redor de uma antiga rachadura, que evidenciam uma restauração antiga com grampos. Atualmente, podem-se ver marcas das raízes das plantas que cresceram ao redor da peça quando foi enterrada, formas irregulares e assimétricas que enriquecem a textura do vaso. É feito de pedra de tecali, um tipo de travertino também conhecido como ónix mexicano ou alabastro, embora seja um mineral diferente do alabastro egípcio. A pedra apresenta uma veia translúcida, de largura regular, provavelmente a razão pela qual o artista escolheu esse pedaço específico de tecali, dada sua proeminência estética: forma uma linha vertical, perpendicular à boca, que atravessa a base, dividindo-a em duas metades, e finalmente sobe do lado oposto do vidro, formando um meandro. Um efeito semelhante pode ser observado, neste caso obtido com verniz ou pigmento, no vaso de cerâmica catalogado por Kerr como K623 (fig. 1). A importância formal dessa veia também se reflete nos vestígios preservados de estuque policromado, aplicado somente a ela, deixando o restante da peça livre.
No caso deste vaso de vidro, a veia translúcida poderia representar uma cobra, um animal de grande importância na religião maia; veículo de contato com corpos celestes, era um símbolo de morte e ressurreição. Uma das serpentes mais importantes na mitologia maia, a Serpente da Visão, era considerada o portal entre os mundos natural e sobrenatural, sendo frequentemente representada em vasos rituais, geralmente esculpidos em pedra.
O vidro também é decorado com uma cena figurativa que ocupa aproximadamente um terço de sua superfície. Ela é trabalhada em relevo em dois planos e enquadrada por um perfil retangular liso com cantos arredondados. Trata-se de uma composição com dois personagens de frente um para o outro, usual para indicar diálogo, algo que também se reflete nos gestos convencionais das mãos (fig. 2). O estilo formal é sintético: o fundo foi afundado, delimitando claramente as silhuetas dos personagens, que estão perfeitamente desenhados. Essa linearidade se repete nos detalhes internos das figuras, indicados por finas incisões. O esquematismo, porém, é combinado com um certo naturalismo no movimento das figuras: cabeças levemente inclinadas, a posição de um braço no colo... Uma das características fundamentais da arte figurativa maia era a busca por posições e composições naturalistas, dinâmicas, com corpos que giram e elementos que se sobrepõem, atingindo entre os séculos VII e VIII um domínio incomparável por qualquer outra cultura mesoamericana. Essa busca pelo naturalismo era combinada com uma convenção simbólica que nunca desapareceu completamente.
A figura à esquerda parece estar de perfil voltada para a direita, com uma headdress amarrada na frente, um ornamento peitoral e uma saia típica da arte maia, que forma pregas paralelas na base das costas e cujo final cai sobre o topo, a cintura (fig. 3). A figura estende sua mão direita em direção ao centro da composição, onde há um altar com uma base em forma de C invertido. Parece haver um fogo queimando nele, com o que poderiam ser oferendas, duas formas arredondadas representadas dentro das chamas. A representação do fogo é estranha, assimétrica e crestada, o que poderia indicar que não são chamas, mas sim a representação de um cetro do tipo conhecido como um flint eccentric (fig. 4).
À direita está a segunda figura, sentada de frente com a cabeça inclinada em direção ao centro da composição, voltada em perfil para a esquerda. Com as pernas cruzadas, ela apoia o braço esquerdo no colo, apontando para seu interlocutor com um dedo indicador claramente diferenciado, e estende o direito, agora perdido devido à erosão, em direção ao fogo. Ela usa adornos no tornozelo, na bochecha e no pulso, além de um grande adorno de cabeça. No peito, ela usa um medalhão com um possível motivo solar, um círculo central cercado por seis menores. A personagem está sentada em um trono, símbolo de autoridade; com assento, almofada e encosto alto, largo e aberto, adornado com projeções em ambos os lados. A figura do lado oposto, por sua vez, senta-se sobre um pedestal simples, indicando sua posição inferior em relação à companheira, possivelmente uma divindade ou ancestral.
O círculo na bochecha (alusivo à pelagem do jaguar) e o pingente do personagem sobrenatural permitem uma possível identificação com o deus do milho (fig. 5), um dos mais importantes do panteão maia. Ele era uma divindade benevolente que representava a vida, prosperidade e abundância. Pode ser considerado o criador do mundo, além de estar associado à mudança das estações. Da mesma forma, a história de sua morte e renascimento era uma metáfora central para a crença na apoteose dos reis maias. Identificado como Hun-Hunahpu no Popol Vuh, um compêndio da tradição maia registrado por escrito no século XVI, o deus do milho alcançou status de herói cultural durante o período Clássico.
O uso do tecali, um material precioso utilizado na fabricação de objetos de luxo e rituais, espalhou-se por toda a Mesoamérica. Os vasos feitos dessa pedra são relativamente raros, e na maioria das vezes são pintados, seguindo os modelos dos vasos cerâmicos contemporâneos. Dentro do conjunto de vasos esculpidos maia, por outro lado, é mais comum encontrar vasos feitos de essa e outras pedras, embora a maioria seja de cerâmica. Entre eles, predomina o relevo simples em duas planos, como no caso da peça em estudo, com motivos figurativos, inscrições ou padrões geométricos, muitas vezes combinados (fig. 6). Alguns apresentam composições semelhantes à do vaso de pedra de tecali, com uma ou mais pares de personagens sentados e de frente um para o outro, em atitude de diálogo (fig. 7).
Vasos ou cilindros maia são uma fonte inesgotável de informações sobre sua cultura. São um suporte privilegiado onde conseguiram captar magistralmente sua imaginação: informam sobre a história e a vida das elites, mas, acima de tudo, são um elemento importante para aprender sobre a mitologia; tanto as imagens dos deuses quanto os mitos, frequentemente acompanhados por glifos que indicam o nome da pessoa ou do deus, os quais definem a atividade que estão representando. Às vezes, aparecem outros tipos de inscrições nos vasos maia, as chamadas dedicatórias, nas quais se nomeia quem pagou pela confecção do vaso, para que propósito e, em alguns casos, o nome do autor. Dessa forma, sabe-se qual forma era usada para conter quais líquidos; os recipientes côncavos e cilíndricos eram destinados a armazenar bebidas para serem consumidas durante as festas das classes privilegiadas — especialmente o chocolate. Esses recipientes de alto valor eram trocados entre si por jantares ou presentes. Apesar de terem origem funerária, a grande maioria foi feita para uso enquanto ainda estavam vivas, embora fosse comum levá-los ao túmulo, ou semelhantes, para incluí-los em seu enxoval.
Desenvolvida em uma vasta área que incluía Guatemala, Belize, El Salvador, uma grande parte do México e a zona ocidental de Honduras, a cultura maia se desenvolveu aproximadamente a partir do ano 2000 a.C. O que a diferencia das demais culturas mesoamericanas é o uso da escrita. De fato, ela foi provavelmente a principal ferramenta para seu desenvolvimento extraordinário, pois permitia comunicações a distância e registros históricos; abrangia não apenas um ou dois centros populacionais, mas dezenas de cidades e vilarejos pertencentes à mesma cosmovisão, compartilhando a mesma cultura.
No Período Protoclassic (50 a.C. – 250 d.C.), surgem as primeiras estelas representando cenas religiosas e de poder, e as primeiras pirâmides são construídas. Este também é o momento da fundação de Teotihuacán, cuja cultura exerceu uma influência notável sobre os maias, especialmente em seu culto à guerra. À medida que a Mesoamérica florescia durante o Período Clássico (250-900 d.C.), as cidades maias prosperaram sob um regime dinástico, cujo poder se refletia nas inúmeras representações de reis individuais em estelas, acompanhadas de textos que glorificavam seus reinados. Diferentes dinastias surgiram nas diversas cidades, sendo Tikal provavelmente a primeira a iniciar guerras de conquista contra seus vizinhos, seguindo a ideologia e a tecnologia guerreiras promulgadas pelos teotihuacanos. Os reis maias então começaram a registrar suas vitórias, genealogias e o passar do tempo em seus monumentos. No início do século VIII, a aristocracia maia desfrutava de uma riqueza sem precedentes até então, mas vivia em um período de conflito contínuo entre cidades e reis. A população crescia rapidamente, o que também levou a uma degradação acelerada do ambiente natural, incapaz de produzir alimentos suficientes. Ao final do século VIII e durante o IX, ocorreu o chamado Colapso Maia: os recintos cerimoniais foram abandonados e a população foi drasticamente reduzida. Por volta do ano 900, o domínio maia já tinha sido substituído pelo novo poder: os toltecas.
Descrição Completa
Vaso cilíndrico com paredes e base levemente curvas, boca reta e estreita, sem lábio. Apresenta dois pares de orifícios paralelos ao redor de uma antiga rachadura, que evidenciam uma restauração antiga com grampos. Atualmente, podem-se ver marcas das raízes das plantas que cresceram ao redor da peça quando foi enterrada, formas irregulares e assimétricas que enriquecem a textura do vaso. É feito de pedra de tecali, um tipo de travertino também conhecido como ónix mexicano ou alabastro, embora seja um mineral diferente do alabastro egípcio. A pedra apresenta uma veia translúcida, de largura regular, provavelmente a razão pela qual o artista escolheu esse pedaço específico de tecali, dada sua proeminência estética: forma uma linha vertical, perpendicular à boca, que atravessa a base, dividindo-a em duas metades, e finalmente sobe do lado oposto do vidro, formando um meandro. Um efeito semelhante pode ser observado, neste caso obtido com verniz ou pigmento, no vaso de cerâmica catalogado por Kerr como K623 (fig. 1). A importância formal dessa veia também se reflete nos vestígios preservados de estuque policromado, aplicado somente a ela, deixando o restante da peça livre.
No caso deste vaso de vidro, a veia translúcida poderia representar uma cobra, um animal de grande importância na religião maia; veículo de contato com corpos celestes, era um símbolo de morte e ressurreição. Uma das serpentes mais importantes na mitologia maia, a Serpente da Visão, era considerada o portal entre os mundos natural e sobrenatural, sendo frequentemente representada em vasos rituais, geralmente esculpidos em pedra.
O vidro também é decorado com uma cena figurativa que ocupa aproximadamente um terço de sua superfície. Ela é trabalhada em relevo em dois planos e enquadrada por um perfil retangular liso com cantos arredondados. Trata-se de uma composição com dois personagens de frente um para o outro, usual para indicar diálogo, algo que também se reflete nos gestos convencionais das mãos (fig. 2). O estilo formal é sintético: o fundo foi afundado, delimitando claramente as silhuetas dos personagens, que estão perfeitamente desenhados. Essa linearidade se repete nos detalhes internos das figuras, indicados por finas incisões. O esquematismo, porém, é combinado com um certo naturalismo no movimento das figuras: cabeças levemente inclinadas, a posição de um braço no colo... Uma das características fundamentais da arte figurativa maia era a busca por posições e composições naturalistas, dinâmicas, com corpos que giram e elementos que se sobrepõem, atingindo entre os séculos VII e VIII um domínio incomparável por qualquer outra cultura mesoamericana. Essa busca pelo naturalismo era combinada com uma convenção simbólica que nunca desapareceu completamente.
A figura à esquerda parece estar de perfil voltada para a direita, com uma headdress amarrada na frente, um ornamento peitoral e uma saia típica da arte maia, que forma pregas paralelas na base das costas e cujo final cai sobre o topo, a cintura (fig. 3). A figura estende sua mão direita em direção ao centro da composição, onde há um altar com uma base em forma de C invertido. Parece haver um fogo queimando nele, com o que poderiam ser oferendas, duas formas arredondadas representadas dentro das chamas. A representação do fogo é estranha, assimétrica e crestada, o que poderia indicar que não são chamas, mas sim a representação de um cetro do tipo conhecido como um flint eccentric (fig. 4).
À direita está a segunda figura, sentada de frente com a cabeça inclinada em direção ao centro da composição, voltada em perfil para a esquerda. Com as pernas cruzadas, ela apoia o braço esquerdo no colo, apontando para seu interlocutor com um dedo indicador claramente diferenciado, e estende o direito, agora perdido devido à erosão, em direção ao fogo. Ela usa adornos no tornozelo, na bochecha e no pulso, além de um grande adorno de cabeça. No peito, ela usa um medalhão com um possível motivo solar, um círculo central cercado por seis menores. A personagem está sentada em um trono, símbolo de autoridade; com assento, almofada e encosto alto, largo e aberto, adornado com projeções em ambos os lados. A figura do lado oposto, por sua vez, senta-se sobre um pedestal simples, indicando sua posição inferior em relação à companheira, possivelmente uma divindade ou ancestral.
O círculo na bochecha (alusivo à pelagem do jaguar) e o pingente do personagem sobrenatural permitem uma possível identificação com o deus do milho (fig. 5), um dos mais importantes do panteão maia. Ele era uma divindade benevolente que representava a vida, prosperidade e abundância. Pode ser considerado o criador do mundo, além de estar associado à mudança das estações. Da mesma forma, a história de sua morte e renascimento era uma metáfora central para a crença na apoteose dos reis maias. Identificado como Hun-Hunahpu no Popol Vuh, um compêndio da tradição maia registrado por escrito no século XVI, o deus do milho alcançou status de herói cultural durante o período Clássico.
O uso do tecali, um material precioso utilizado na fabricação de objetos de luxo e rituais, espalhou-se por toda a Mesoamérica. Os vasos feitos dessa pedra são relativamente raros, e na maioria das vezes são pintados, seguindo os modelos dos vasos cerâmicos contemporâneos. Dentro do conjunto de vasos esculpidos maia, por outro lado, é mais comum encontrar vasos feitos de essa e outras pedras, embora a maioria seja de cerâmica. Entre eles, predomina o relevo simples em duas planos, como no caso da peça em estudo, com motivos figurativos, inscrições ou padrões geométricos, muitas vezes combinados (fig. 6). Alguns apresentam composições semelhantes à do vaso de pedra de tecali, com uma ou mais pares de personagens sentados e de frente um para o outro, em atitude de diálogo (fig. 7).
Vasos ou cilindros maia são uma fonte inesgotável de informações sobre sua cultura. São um suporte privilegiado onde conseguiram captar magistralmente sua imaginação: informam sobre a história e a vida das elites, mas, acima de tudo, são um elemento importante para aprender sobre a mitologia; tanto as imagens dos deuses quanto os mitos, frequentemente acompanhados por glifos que indicam o nome da pessoa ou do deus, os quais definem a atividade que estão representando. Às vezes, aparecem outros tipos de inscrições nos vasos maia, as chamadas dedicatórias, nas quais se nomeia quem pagou pela confecção do vaso, para que propósito e, em alguns casos, o nome do autor. Dessa forma, sabe-se qual forma era usada para conter quais líquidos; os recipientes côncavos e cilíndricos eram destinados a armazenar bebidas para serem consumidas durante as festas das classes privilegiadas — especialmente o chocolate. Esses recipientes de alto valor eram trocados entre si por jantares ou presentes. Apesar de terem origem funerária, a grande maioria foi feita para uso enquanto ainda estavam vivas, embora fosse comum levá-los ao túmulo, ou semelhantes, para incluí-los em seu enxoval.
Desenvolvida em uma vasta área que incluía Guatemala, Belize, El Salvador, uma grande parte do México e a zona ocidental de Honduras, a cultura maia se desenvolveu aproximadamente a partir do ano 2000 a.C. O que a diferencia das demais culturas mesoamericanas é o uso da escrita. De fato, ela foi provavelmente a principal ferramenta para seu desenvolvimento extraordinário, pois permitia comunicações a distância e registros históricos; abrangia não apenas um ou dois centros populacionais, mas dezenas de cidades e vilarejos pertencentes à mesma cosmovisão, compartilhando a mesma cultura.
No Período Protoclassic (50 a.C. – 250 d.C.), surgem as primeiras estelas representando cenas religiosas e de poder, e as primeiras pirâmides são construídas. Este também é o momento da fundação de Teotihuacán, cuja cultura exerceu uma influência notável sobre os maias, especialmente em seu culto à guerra. À medida que a Mesoamérica florescia durante o Período Clássico (250-900 d.C.), as cidades maias prosperaram sob um regime dinástico, cujo poder se refletia nas inúmeras representações de reis individuais em estelas, acompanhadas de textos que glorificavam seus reinados. Diferentes dinastias surgiram nas diversas cidades, sendo Tikal provavelmente a primeira a iniciar guerras de conquista contra seus vizinhos, seguindo a ideologia e a tecnologia guerreiras promulgadas pelos teotihuacanos. Os reis maias então começaram a registrar suas vitórias, genealogias e o passar do tempo em seus monumentos. No início do século VIII, a aristocracia maia desfrutava de uma riqueza sem precedentes até então, mas vivia em um período de conflito contínuo entre cidades e reis. A população crescia rapidamente, o que também levou a uma degradação acelerada do ambiente natural, incapaz de produzir alimentos suficientes. Ao final do século VIII e durante o IX, ocorreu o chamado Colapso Maia: os recintos cerimoniais foram abandonados e a população foi drasticamente reduzida. Por volta do ano 900, o domínio maia já tinha sido substituído pelo novo poder: os toltecas.
Bibliografia
- EVANS, S.T.; WEBSTER, D.L. Arqueologia do México Antigo e América Central: Uma Enciclopédia. Taylor & Francis. 2000.
- KERR, J. O Livro de Vasos Maia: Um Corpus de Fotografias de Rolagem de Vasos Maia. Kerr Associates. 1989.
- MILLER, M.; TAUBE, K. Os deuses e símbolos do México antigo e dos maias. Thames & Hudson. 1997.
- MILLER, M. Arte e Arquitetura Maia. Thames & Hudson. 1999.
- SHARER, R.J.; TRAXLER, L.P. The Ancient Maya. Stanford University Press. 2006.
- THOMPSON, J.E.S. Maya History and Religion. University of Oklahoma Press. 1970.
PARALLELS
Fig. 1 Vaso com paisagem aquática e animal mítico. Maiá, período Clássico Tardio, A.D. 600-900, cerâmica. Museu de Arte da Universidade de Princeton (EUA), inv. 2020.684. Kerr K623.
Fig. 2 Lintel entalhado com duas figuras sobrenaturais. Maias, período Clássico Tardio, A.D. 600-900, pedra. Museu Amparo, Puebla (México), inv. 52 22 MA FA 57PJ 1365.
Fig. 3 Relevo com duas personagens conversando. Maia, México, período Clássico Tardio, A.D. 600-900, estuque e policromia. Museu Amparo, Puebla (México), inv. 52 22 MA FA 57PJ 1363.
Fig. 4 Flint eccentric. Maya, Período Clássico Tardio, A.D. 600-700, Flint. Museu Metropolitano, Nova York, inv. 1978.412.195.
Figura 5 Representação do deus do milho como escriba em um vaso no estilo códice. Maias, período clássico, A.D. 250-900, cerâmica. Coleção particular.
Fig. 6 Jarra com representação de deuses, inscrições e motivos geométricos. Maias, período protoclassico, c. 50 a.C. – 50 d.C., calcário endurecido. Museu Metropolitano, Nova York, inv. 1999.484.3.
Fig. 7 Vaso com pares de personagens (exposição). Maya, período clássico, A.D. 250-900, cerâmica. Coleção particular. Kerr K1120.
Notes:
A peça inclui certificado de autenticidade.
- A peça inclui Licença de Exportação espanhola (Passaporte para a União Europeia). Se a peça for destinada fora da União Europeia, deve ser solicitada uma substituição da permissão de exportação, o que pode levar de 1 a 2 semanas no máximo.
O vendedor garante que adquiriu esta peça de acordo com todas as leis nacionais e internacionais relacionadas à propriedade de bens culturais. Declaração de proveniência vista pela Catawiki.
Mais sobre o vendedor
Recipiente cilíndrico com relevos figurativos.
Maia, Período Clássico, 600 - 900 d.C.
MATERIAL: alabastro (pedra thecali).
DIMENSÕES: Diâmetro 12 cm. Altura 9,5 cm.
PROVENANCE
- Coleção de antiguidades Le Corneur, França. Rémy Audoin, 1967.
Arts des Amériques Gallery, cerca de 1980.
- Coleção de Michel Vinaver, escritor e dramaturgo francês (Paris, 1927-2022).
- Aos seus filhos, Anouk, Barbara, Delphine e Ivan Vinaver, 2022.
mercado de arte francês
CONDIÇÃO: Em bom estado, apresenta uma rachadura vertical de um lado até a metade da base. Possui dois buracos paralelos à rachadura, sinal de uma restauração antiga da época. Internamente, vestígios de policromia e estuque estão preservados nas áreas mais translúcidas da peça.
DESCRIÇÃO:
Vaso cilíndrico com paredes e base levemente curvas, boca reta e estreita, sem lábio. Apresenta dois pares de orifícios paralelos ao redor de uma antiga rachadura, que evidenciam uma restauração antiga com grampos. Atualmente, podem-se ver marcas das raízes das plantas que cresceram ao redor da peça quando foi enterrada, formas irregulares e assimétricas que enriquecem a textura do vaso. É feito de pedra de tecali, um tipo de travertino também conhecido como ónix mexicano ou alabastro, embora seja um mineral diferente do alabastro egípcio. A pedra apresenta uma veia translúcida, de largura regular, provavelmente a razão pela qual o artista escolheu esse pedaço específico de tecali, dada sua proeminência estética: forma uma linha vertical, perpendicular à boca, que atravessa a base, dividindo-a em duas metades, e finalmente sobe do lado oposto do vidro, formando um meandro. Um efeito semelhante pode ser observado, neste caso obtido com verniz ou pigmento, no vaso de cerâmica catalogado por Kerr como K623 (fig. 1). A importância formal dessa veia também se reflete nos vestígios preservados de estuque policromado, aplicado somente a ela, deixando o restante da peça livre.
No caso deste vaso de vidro, a veia translúcida poderia representar uma cobra, um animal de grande importância na religião maia; veículo de contato com corpos celestes, era um símbolo de morte e ressurreição. Uma das serpentes mais importantes na mitologia maia, a Serpente da Visão, era considerada o portal entre os mundos natural e sobrenatural, sendo frequentemente representada em vasos rituais, geralmente esculpidos em pedra.
O vidro também é decorado com uma cena figurativa que ocupa aproximadamente um terço de sua superfície. Ela é trabalhada em relevo em dois planos e enquadrada por um perfil retangular liso com cantos arredondados. Trata-se de uma composição com dois personagens de frente um para o outro, usual para indicar diálogo, algo que também se reflete nos gestos convencionais das mãos (fig. 2). O estilo formal é sintético: o fundo foi afundado, delimitando claramente as silhuetas dos personagens, que estão perfeitamente desenhados. Essa linearidade se repete nos detalhes internos das figuras, indicados por finas incisões. O esquematismo, porém, é combinado com um certo naturalismo no movimento das figuras: cabeças levemente inclinadas, a posição de um braço no colo... Uma das características fundamentais da arte figurativa maia era a busca por posições e composições naturalistas, dinâmicas, com corpos que giram e elementos que se sobrepõem, atingindo entre os séculos VII e VIII um domínio incomparável por qualquer outra cultura mesoamericana. Essa busca pelo naturalismo era combinada com uma convenção simbólica que nunca desapareceu completamente.
A figura à esquerda parece estar de perfil voltada para a direita, com uma headdress amarrada na frente, um ornamento peitoral e uma saia típica da arte maia, que forma pregas paralelas na base das costas e cujo final cai sobre o topo, a cintura (fig. 3). A figura estende sua mão direita em direção ao centro da composição, onde há um altar com uma base em forma de C invertido. Parece haver um fogo queimando nele, com o que poderiam ser oferendas, duas formas arredondadas representadas dentro das chamas. A representação do fogo é estranha, assimétrica e crestada, o que poderia indicar que não são chamas, mas sim a representação de um cetro do tipo conhecido como um flint eccentric (fig. 4).
À direita está a segunda figura, sentada de frente com a cabeça inclinada em direção ao centro da composição, voltada em perfil para a esquerda. Com as pernas cruzadas, ela apoia o braço esquerdo no colo, apontando para seu interlocutor com um dedo indicador claramente diferenciado, e estende o direito, agora perdido devido à erosão, em direção ao fogo. Ela usa adornos no tornozelo, na bochecha e no pulso, além de um grande adorno de cabeça. No peito, ela usa um medalhão com um possível motivo solar, um círculo central cercado por seis menores. A personagem está sentada em um trono, símbolo de autoridade; com assento, almofada e encosto alto, largo e aberto, adornado com projeções em ambos os lados. A figura do lado oposto, por sua vez, senta-se sobre um pedestal simples, indicando sua posição inferior em relação à companheira, possivelmente uma divindade ou ancestral.
O círculo na bochecha (alusivo à pelagem do jaguar) e o pingente do personagem sobrenatural permitem uma possível identificação com o deus do milho (fig. 5), um dos mais importantes do panteão maia. Ele era uma divindade benevolente que representava a vida, prosperidade e abundância. Pode ser considerado o criador do mundo, além de estar associado à mudança das estações. Da mesma forma, a história de sua morte e renascimento era uma metáfora central para a crença na apoteose dos reis maias. Identificado como Hun-Hunahpu no Popol Vuh, um compêndio da tradição maia registrado por escrito no século XVI, o deus do milho alcançou status de herói cultural durante o período Clássico.
O uso do tecali, um material precioso utilizado na fabricação de objetos de luxo e rituais, espalhou-se por toda a Mesoamérica. Os vasos feitos dessa pedra são relativamente raros, e na maioria das vezes são pintados, seguindo os modelos dos vasos cerâmicos contemporâneos. Dentro do conjunto de vasos esculpidos maia, por outro lado, é mais comum encontrar vasos feitos de essa e outras pedras, embora a maioria seja de cerâmica. Entre eles, predomina o relevo simples em duas planos, como no caso da peça em estudo, com motivos figurativos, inscrições ou padrões geométricos, muitas vezes combinados (fig. 6). Alguns apresentam composições semelhantes à do vaso de pedra de tecali, com uma ou mais pares de personagens sentados e de frente um para o outro, em atitude de diálogo (fig. 7).
Vasos ou cilindros maia são uma fonte inesgotável de informações sobre sua cultura. São um suporte privilegiado onde conseguiram captar magistralmente sua imaginação: informam sobre a história e a vida das elites, mas, acima de tudo, são um elemento importante para aprender sobre a mitologia; tanto as imagens dos deuses quanto os mitos, frequentemente acompanhados por glifos que indicam o nome da pessoa ou do deus, os quais definem a atividade que estão representando. Às vezes, aparecem outros tipos de inscrições nos vasos maia, as chamadas dedicatórias, nas quais se nomeia quem pagou pela confecção do vaso, para que propósito e, em alguns casos, o nome do autor. Dessa forma, sabe-se qual forma era usada para conter quais líquidos; os recipientes côncavos e cilíndricos eram destinados a armazenar bebidas para serem consumidas durante as festas das classes privilegiadas — especialmente o chocolate. Esses recipientes de alto valor eram trocados entre si por jantares ou presentes. Apesar de terem origem funerária, a grande maioria foi feita para uso enquanto ainda estavam vivas, embora fosse comum levá-los ao túmulo, ou semelhantes, para incluí-los em seu enxoval.
Desenvolvida em uma vasta área que incluía Guatemala, Belize, El Salvador, uma grande parte do México e a zona ocidental de Honduras, a cultura maia se desenvolveu aproximadamente a partir do ano 2000 a.C. O que a diferencia das demais culturas mesoamericanas é o uso da escrita. De fato, ela foi provavelmente a principal ferramenta para seu desenvolvimento extraordinário, pois permitia comunicações a distância e registros históricos; abrangia não apenas um ou dois centros populacionais, mas dezenas de cidades e vilarejos pertencentes à mesma cosmovisão, compartilhando a mesma cultura.
No Período Protoclassic (50 a.C. – 250 d.C.), surgem as primeiras estelas representando cenas religiosas e de poder, e as primeiras pirâmides são construídas. Este também é o momento da fundação de Teotihuacán, cuja cultura exerceu uma influência notável sobre os maias, especialmente em seu culto à guerra. À medida que a Mesoamérica florescia durante o Período Clássico (250-900 d.C.), as cidades maias prosperaram sob um regime dinástico, cujo poder se refletia nas inúmeras representações de reis individuais em estelas, acompanhadas de textos que glorificavam seus reinados. Diferentes dinastias surgiram nas diversas cidades, sendo Tikal provavelmente a primeira a iniciar guerras de conquista contra seus vizinhos, seguindo a ideologia e a tecnologia guerreiras promulgadas pelos teotihuacanos. Os reis maias então começaram a registrar suas vitórias, genealogias e o passar do tempo em seus monumentos. No início do século VIII, a aristocracia maia desfrutava de uma riqueza sem precedentes até então, mas vivia em um período de conflito contínuo entre cidades e reis. A população crescia rapidamente, o que também levou a uma degradação acelerada do ambiente natural, incapaz de produzir alimentos suficientes. Ao final do século VIII e durante o IX, ocorreu o chamado Colapso Maia: os recintos cerimoniais foram abandonados e a população foi drasticamente reduzida. Por volta do ano 900, o domínio maia já tinha sido substituído pelo novo poder: os toltecas.
Descrição Completa
Vaso cilíndrico com paredes e base levemente curvas, boca reta e estreita, sem lábio. Apresenta dois pares de orifícios paralelos ao redor de uma antiga rachadura, que evidenciam uma restauração antiga com grampos. Atualmente, podem-se ver marcas das raízes das plantas que cresceram ao redor da peça quando foi enterrada, formas irregulares e assimétricas que enriquecem a textura do vaso. É feito de pedra de tecali, um tipo de travertino também conhecido como ónix mexicano ou alabastro, embora seja um mineral diferente do alabastro egípcio. A pedra apresenta uma veia translúcida, de largura regular, provavelmente a razão pela qual o artista escolheu esse pedaço específico de tecali, dada sua proeminência estética: forma uma linha vertical, perpendicular à boca, que atravessa a base, dividindo-a em duas metades, e finalmente sobe do lado oposto do vidro, formando um meandro. Um efeito semelhante pode ser observado, neste caso obtido com verniz ou pigmento, no vaso de cerâmica catalogado por Kerr como K623 (fig. 1). A importância formal dessa veia também se reflete nos vestígios preservados de estuque policromado, aplicado somente a ela, deixando o restante da peça livre.
No caso deste vaso de vidro, a veia translúcida poderia representar uma cobra, um animal de grande importância na religião maia; veículo de contato com corpos celestes, era um símbolo de morte e ressurreição. Uma das serpentes mais importantes na mitologia maia, a Serpente da Visão, era considerada o portal entre os mundos natural e sobrenatural, sendo frequentemente representada em vasos rituais, geralmente esculpidos em pedra.
O vidro também é decorado com uma cena figurativa que ocupa aproximadamente um terço de sua superfície. Ela é trabalhada em relevo em dois planos e enquadrada por um perfil retangular liso com cantos arredondados. Trata-se de uma composição com dois personagens de frente um para o outro, usual para indicar diálogo, algo que também se reflete nos gestos convencionais das mãos (fig. 2). O estilo formal é sintético: o fundo foi afundado, delimitando claramente as silhuetas dos personagens, que estão perfeitamente desenhados. Essa linearidade se repete nos detalhes internos das figuras, indicados por finas incisões. O esquematismo, porém, é combinado com um certo naturalismo no movimento das figuras: cabeças levemente inclinadas, a posição de um braço no colo... Uma das características fundamentais da arte figurativa maia era a busca por posições e composições naturalistas, dinâmicas, com corpos que giram e elementos que se sobrepõem, atingindo entre os séculos VII e VIII um domínio incomparável por qualquer outra cultura mesoamericana. Essa busca pelo naturalismo era combinada com uma convenção simbólica que nunca desapareceu completamente.
A figura à esquerda parece estar de perfil voltada para a direita, com uma headdress amarrada na frente, um ornamento peitoral e uma saia típica da arte maia, que forma pregas paralelas na base das costas e cujo final cai sobre o topo, a cintura (fig. 3). A figura estende sua mão direita em direção ao centro da composição, onde há um altar com uma base em forma de C invertido. Parece haver um fogo queimando nele, com o que poderiam ser oferendas, duas formas arredondadas representadas dentro das chamas. A representação do fogo é estranha, assimétrica e crestada, o que poderia indicar que não são chamas, mas sim a representação de um cetro do tipo conhecido como um flint eccentric (fig. 4).
À direita está a segunda figura, sentada de frente com a cabeça inclinada em direção ao centro da composição, voltada em perfil para a esquerda. Com as pernas cruzadas, ela apoia o braço esquerdo no colo, apontando para seu interlocutor com um dedo indicador claramente diferenciado, e estende o direito, agora perdido devido à erosão, em direção ao fogo. Ela usa adornos no tornozelo, na bochecha e no pulso, além de um grande adorno de cabeça. No peito, ela usa um medalhão com um possível motivo solar, um círculo central cercado por seis menores. A personagem está sentada em um trono, símbolo de autoridade; com assento, almofada e encosto alto, largo e aberto, adornado com projeções em ambos os lados. A figura do lado oposto, por sua vez, senta-se sobre um pedestal simples, indicando sua posição inferior em relação à companheira, possivelmente uma divindade ou ancestral.
O círculo na bochecha (alusivo à pelagem do jaguar) e o pingente do personagem sobrenatural permitem uma possível identificação com o deus do milho (fig. 5), um dos mais importantes do panteão maia. Ele era uma divindade benevolente que representava a vida, prosperidade e abundância. Pode ser considerado o criador do mundo, além de estar associado à mudança das estações. Da mesma forma, a história de sua morte e renascimento era uma metáfora central para a crença na apoteose dos reis maias. Identificado como Hun-Hunahpu no Popol Vuh, um compêndio da tradição maia registrado por escrito no século XVI, o deus do milho alcançou status de herói cultural durante o período Clássico.
O uso do tecali, um material precioso utilizado na fabricação de objetos de luxo e rituais, espalhou-se por toda a Mesoamérica. Os vasos feitos dessa pedra são relativamente raros, e na maioria das vezes são pintados, seguindo os modelos dos vasos cerâmicos contemporâneos. Dentro do conjunto de vasos esculpidos maia, por outro lado, é mais comum encontrar vasos feitos de essa e outras pedras, embora a maioria seja de cerâmica. Entre eles, predomina o relevo simples em duas planos, como no caso da peça em estudo, com motivos figurativos, inscrições ou padrões geométricos, muitas vezes combinados (fig. 6). Alguns apresentam composições semelhantes à do vaso de pedra de tecali, com uma ou mais pares de personagens sentados e de frente um para o outro, em atitude de diálogo (fig. 7).
Vasos ou cilindros maia são uma fonte inesgotável de informações sobre sua cultura. São um suporte privilegiado onde conseguiram captar magistralmente sua imaginação: informam sobre a história e a vida das elites, mas, acima de tudo, são um elemento importante para aprender sobre a mitologia; tanto as imagens dos deuses quanto os mitos, frequentemente acompanhados por glifos que indicam o nome da pessoa ou do deus, os quais definem a atividade que estão representando. Às vezes, aparecem outros tipos de inscrições nos vasos maia, as chamadas dedicatórias, nas quais se nomeia quem pagou pela confecção do vaso, para que propósito e, em alguns casos, o nome do autor. Dessa forma, sabe-se qual forma era usada para conter quais líquidos; os recipientes côncavos e cilíndricos eram destinados a armazenar bebidas para serem consumidas durante as festas das classes privilegiadas — especialmente o chocolate. Esses recipientes de alto valor eram trocados entre si por jantares ou presentes. Apesar de terem origem funerária, a grande maioria foi feita para uso enquanto ainda estavam vivas, embora fosse comum levá-los ao túmulo, ou semelhantes, para incluí-los em seu enxoval.
Desenvolvida em uma vasta área que incluía Guatemala, Belize, El Salvador, uma grande parte do México e a zona ocidental de Honduras, a cultura maia se desenvolveu aproximadamente a partir do ano 2000 a.C. O que a diferencia das demais culturas mesoamericanas é o uso da escrita. De fato, ela foi provavelmente a principal ferramenta para seu desenvolvimento extraordinário, pois permitia comunicações a distância e registros históricos; abrangia não apenas um ou dois centros populacionais, mas dezenas de cidades e vilarejos pertencentes à mesma cosmovisão, compartilhando a mesma cultura.
No Período Protoclassic (50 a.C. – 250 d.C.), surgem as primeiras estelas representando cenas religiosas e de poder, e as primeiras pirâmides são construídas. Este também é o momento da fundação de Teotihuacán, cuja cultura exerceu uma influência notável sobre os maias, especialmente em seu culto à guerra. À medida que a Mesoamérica florescia durante o Período Clássico (250-900 d.C.), as cidades maias prosperaram sob um regime dinástico, cujo poder se refletia nas inúmeras representações de reis individuais em estelas, acompanhadas de textos que glorificavam seus reinados. Diferentes dinastias surgiram nas diversas cidades, sendo Tikal provavelmente a primeira a iniciar guerras de conquista contra seus vizinhos, seguindo a ideologia e a tecnologia guerreiras promulgadas pelos teotihuacanos. Os reis maias então começaram a registrar suas vitórias, genealogias e o passar do tempo em seus monumentos. No início do século VIII, a aristocracia maia desfrutava de uma riqueza sem precedentes até então, mas vivia em um período de conflito contínuo entre cidades e reis. A população crescia rapidamente, o que também levou a uma degradação acelerada do ambiente natural, incapaz de produzir alimentos suficientes. Ao final do século VIII e durante o IX, ocorreu o chamado Colapso Maia: os recintos cerimoniais foram abandonados e a população foi drasticamente reduzida. Por volta do ano 900, o domínio maia já tinha sido substituído pelo novo poder: os toltecas.
Bibliografia
- EVANS, S.T.; WEBSTER, D.L. Arqueologia do México Antigo e América Central: Uma Enciclopédia. Taylor & Francis. 2000.
- KERR, J. O Livro de Vasos Maia: Um Corpus de Fotografias de Rolagem de Vasos Maia. Kerr Associates. 1989.
- MILLER, M.; TAUBE, K. Os deuses e símbolos do México antigo e dos maias. Thames & Hudson. 1997.
- MILLER, M. Arte e Arquitetura Maia. Thames & Hudson. 1999.
- SHARER, R.J.; TRAXLER, L.P. The Ancient Maya. Stanford University Press. 2006.
- THOMPSON, J.E.S. Maya History and Religion. University of Oklahoma Press. 1970.
PARALLELS
Fig. 1 Vaso com paisagem aquática e animal mítico. Maiá, período Clássico Tardio, A.D. 600-900, cerâmica. Museu de Arte da Universidade de Princeton (EUA), inv. 2020.684. Kerr K623.
Fig. 2 Lintel entalhado com duas figuras sobrenaturais. Maias, período Clássico Tardio, A.D. 600-900, pedra. Museu Amparo, Puebla (México), inv. 52 22 MA FA 57PJ 1365.
Fig. 3 Relevo com duas personagens conversando. Maia, México, período Clássico Tardio, A.D. 600-900, estuque e policromia. Museu Amparo, Puebla (México), inv. 52 22 MA FA 57PJ 1363.
Fig. 4 Flint eccentric. Maya, Período Clássico Tardio, A.D. 600-700, Flint. Museu Metropolitano, Nova York, inv. 1978.412.195.
Figura 5 Representação do deus do milho como escriba em um vaso no estilo códice. Maias, período clássico, A.D. 250-900, cerâmica. Coleção particular.
Fig. 6 Jarra com representação de deuses, inscrições e motivos geométricos. Maias, período protoclassico, c. 50 a.C. – 50 d.C., calcário endurecido. Museu Metropolitano, Nova York, inv. 1999.484.3.
Fig. 7 Vaso com pares de personagens (exposição). Maya, período clássico, A.D. 250-900, cerâmica. Coleção particular. Kerr K1120.
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