Emilio Campos Goitia (1931–2003) - Intimate Andalusian garden

Jardim íntimo andaluz

Emilio Campos Goitia (1931–2003)

1. FICHA TÉCNICA

Autor: Emilio Campos Goitia (1931–2003)
Luz en el brocal. Jardim íntimo andaluz
Escola: Espanhola, segunda metade do século XX
Óleo sobre lienzo
Medidas: 41 × 33 cm (obra) · 64 × 56 cm (com marco)
Suporte: Tela esticada sobre bastidor
Estado de conservação: excelente, com camada pictórica estável e verniz uniforme.
Estilo: Realismo costumbrista espanhol com sensibilidade luminista.

2. DESCRIÇÃO COMPOSICIONAL E ICONOGRÁFICA

A obra representa um pátio tradicional espanhol, presidido por um antigo brocal de poço convertido em macetero, desbordado de flores vermelhas em plenitude, dispostas com um vibrante equilíbrio cromático sobre um fundo encalado.

O foco pictórico concentra-se na massa vegetal, onde Campos Goitia exibe seu domínio característico do empaste, alternando toques pastosos com veladuras suaves que modelam folhas, caules e pétalas.

O ferro forjado do gancho e da janela na penumbra aportam verticalidade e contraponto arquitetônico, enquanto as vasijas inferiores completam um discurso íntimo, doméstico e meditativo. A luz, filtrada porém quente, transforma a cena em uma homenagem ao pátio andaluz como espaço emocional, um tema que o artista abordou com ternura ao longo de sua carreira.

3. ESTILO, CONTEXTO E COMPARATIVAS

Campos Goitia desenvolve aqui um realismo poético, próximo às atmosferas captadas por Muñoz Degrain, aos jardins parados de Santiago Rusiñol ou aos interiores florais de Joaquín Mir, embora com uma sensibilidade mais íntima e costumeira.

Sua paleta, contida mas expressiva, lembra os pintores espanhóis da escola valenciana do século XX, onde a luz é protagonista silenciosa.

A pincelada, firme e envolvente, coloca a obra dentro da corrente da pintura figurativa mediterrânea, muito apreciada atualmente no mercado por seu caráter decorativo e pela força evocadora de seus motivos tradicionais.