Egito Antigo Colar de Amarna com amuletos de Bes e Hathor, que dançam e tocam tamborim. - 40 cm

Este colar requintado do Período de Amarna (1353-1336 a.C.) é um exemplo notável de joalheria egípcia, feito de faiança, um material cerâmico vitrificado amplamente utilizado no Antigo Egito para a confecção de amuletos e objetos decorativos. Seu design delicado e simbolicamente poderoso o conecta às crenças religiosas e de proteção da época.

O colar é composto por uma série de contas de faiança tubular e circular em tons azuis, intercaladas com pequenos amuletos em forma de figuras antropomórficas e zoomórficas. Entre eles estão representações do deus Bes, uma divindade popular na religião egípcia, conhecida por seu papel protetor, especialmente na esfera doméstica, no parto e na infância. Bes, frequentemente retratado tocando instrumentos musicais como o pandeiro, era um guardião contra forças do mal e um símbolo de alegria e proteção.

No centro do colar há um amuleto maior, provavelmente representando a cabeça da deusa Hathor, uma divindade associada ao amor, à música, à maternidade e à proteção. Hathor foi uma das deusas mais veneradas no Egito, e sua iconografia, que apresenta orelhas de vaca ou um rosto feminino estilizado, era comum em joias e objetos rituais.

A escolha da faiança para este colar não é acidental. Este material, caracterizado por seu tom de azul-verde, era simbolicamente associado ao renascimento, à fertilidade e à proteção divina. O tom de azul evocava o Nilo, o céu e a regeneração — elementos fundamentais na visão de mundo egípcia.

Durante o Período de Amarna, sob o reinado de Akhenaten, a produção artística passou por uma mudança estilística significativa, com representações mais naturalistas e uma preferência por temas ligados ao sol e à vida cotidiana. Embora a iconografia de Bes e Hathor não se encaixe totalmente na reforma religiosa promovida por Akhenaten, a presença delas neste colar sugere que crenças populares e tradições protetoras continuaram a desempenhar um papel importante na sociedade egípcia.

Colares semelhantes foram encontrados em túmulos e contextos arqueológicos de diferentes períodos do Antigo Egito, reforçando sua função não apenas como ornamento, mas também como objeto de proteção na vida e no além. A excelente conservação desta peça permite apreciar a habilidade dos artesãos egípcios na confecção de joias rituais e pessoais, bem como a durabilidade da faiança ao longo do tempo.

Proveniência: adquirido de uma coleção privada alemã, T.W, na década de 90, anteriormente, Sheikh do Qatar - Saoud Bin Mohammed Bin Ali Al-Thani ('Coleção Príncipe').
A peça inclui um certificado de autenticidade.

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